quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Pequenos Detalhes (CONTO)

   Do alto de uma serra, os primeiros raios de sol iam surgindo no horizonte, acompanhados por uma brisa serena que invadia vagarosamente todo o espaço. Mais abaixo era possível avistar uma linda praia, que estava deserta e tinha um esplêndido mar azul. As ondas batiam suavemente nas pedras e reproduziam um agradável som que qualquer ser vivo adoraria escutar.
   De repente um homem se levantou parecendo confuso, pois não fazia a menor ideia de onde estava. Vestindo terno e gravata, o homem aparentava ter uns 40 anos de idade, era branco, um pouco acima do peso; seus cabelos eram grisalhos e estavam um pouco bagunçados e seus olhos eram negros.
   Ele, agora começando a ficar um pouco assustado, estava procurando seus óculos. Então finalmente os encontrou um pouco mais para trás de onde estava; ele pegou os óculos e os colocou, então pôde avistar várias árvores que seguiam descendo a serra. Pensando que estava atrasado para o trabalho, ele começou a procurar seu celular. Procurou nos bolsos da calça, nos bolsos de seu paletó, procurou no chão, mas não conseguiu encontrá-lo de forma alguma. Então ele foi ver que horas eram, mas para sua surpresa seu relógio não estava em seu pulso.
   As horas estavam passando e o homem, que já estava começando a ficar desesperado para sair desse lugar, avistou uma trilha na direção das árvores, logo pensou que poderia dar em uma estrada e finalmente poderia voltar para a cidade e para seu trabalho. Ele começou a andar na direção da trilha, porém quando estava quase chegando, uma força o impediu de continuar. Ele tentou mais uma, duas, dez vezes, mas ele não conseguia seguir adiante, o que o deixou muito irritado.
   Quanto mais ele tentava mais o tempo passava. Em nenhum momento o homem observou o lugar magnifico em que ele se encontrava. Então, depois de muito tempo, ele finalmente se sentou e observou o lindo mar que estava a sua frente. Já era quase noite, havia um lindo por do sol que pairava no céu, e o homem continuou ali olhando para toda aquela natureza exuberante. Depois de um tempo, ele se levantou e começou a descer em direção a praia, bem lentamente. Tirou seus sapatos e colocou seus pés naquela areia branca e fofa, então começou a andar em direção ao mar; colocou seus pés na água e deu um leve sorriso no canto da boca; ficou ali por algum tempo. Já era noite quando o homem percebeu que o lugar em que ele estava era um paraíso completo. Ele passou o resto de sua noite vendo a lua cheia que iluminava a praia e que refletia no mar. Então ele dormiu.

   No outro dia ele acordou em sua cama, o trânsito estava horrível lá fora, buzinas para todo lado. Ele estava atrasado, então se apressou para tomar seu café da manhã a base de produtos conservados. Ao sair de casa inalou um ar poluído que as cidades grandes têm. No trajeto para o trabalho, ele se deu conta de como a vida pode ser perfeita com tão pouco.

O que importa? (POEMA)

O que importa
Já não é importante
Pois ninguém se
Importa
Com quem porta
A tristeza.
                   Gabriel Gallo