Do alto de uma serra, os
primeiros raios de sol iam surgindo no horizonte, acompanhados por uma brisa
serena que invadia vagarosamente todo o espaço. Mais abaixo era possível
avistar uma linda praia, que estava deserta e tinha um esplêndido mar azul. As
ondas batiam suavemente nas pedras e reproduziam um agradável som que qualquer
ser vivo adoraria escutar.
De
repente um homem se levantou parecendo confuso, pois não fazia a menor ideia de
onde estava. Vestindo terno e gravata, o homem aparentava ter uns 40 anos de
idade, era branco, um pouco acima do peso; seus cabelos eram grisalhos e
estavam um pouco bagunçados e seus olhos eram negros.
Ele, agora começando a ficar um pouco
assustado, estava procurando seus óculos. Então finalmente os encontrou um
pouco mais para trás de onde estava; ele pegou os óculos e os colocou, então pôde
avistar várias árvores que seguiam descendo a serra. Pensando que estava
atrasado para o trabalho, ele começou a procurar seu celular. Procurou nos
bolsos da calça, nos bolsos de seu paletó, procurou no chão, mas não conseguiu encontrá-lo
de forma alguma. Então ele foi ver que horas eram, mas para sua surpresa seu
relógio não estava em seu pulso.
As horas estavam passando e o homem, que já
estava começando a ficar desesperado para sair desse lugar, avistou uma trilha
na direção das árvores, logo pensou que poderia dar em uma estrada e finalmente
poderia voltar para a cidade e para seu trabalho. Ele começou a andar na
direção da trilha, porém quando estava quase chegando, uma força o impediu de
continuar. Ele tentou mais uma, duas, dez vezes, mas ele não conseguia seguir
adiante, o que o deixou muito irritado.
Quanto mais ele tentava mais o tempo
passava. Em nenhum momento o homem observou o lugar magnifico em que ele se
encontrava. Então, depois de muito tempo, ele finalmente se sentou e observou o
lindo mar que estava a sua frente. Já era quase noite, havia um lindo por do
sol que pairava no céu, e o homem continuou ali olhando para toda aquela
natureza exuberante. Depois de um tempo, ele se levantou e começou a descer em
direção a praia, bem lentamente. Tirou seus sapatos e colocou seus pés naquela
areia branca e fofa, então começou a andar em direção ao mar; colocou seus pés
na água e deu um leve sorriso no canto da boca; ficou ali por algum tempo. Já
era noite quando o homem percebeu que o lugar em que ele estava era um paraíso
completo. Ele passou o resto de sua noite vendo a lua cheia que iluminava a
praia e que refletia no mar. Então ele dormiu.
No outro dia ele acordou em sua cama, o
trânsito estava horrível lá fora, buzinas para todo lado. Ele estava atrasado,
então se apressou para tomar seu café da manhã a base de produtos conservados.
Ao sair de casa inalou um ar poluído que as cidades grandes têm. No trajeto para
o trabalho, ele se deu conta de como a vida pode ser perfeita com tão pouco.